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viernes, 21 de noviembre de 2008

A ODISSÉIA DE WALTER EM CARACAS


Uma Aventura pela Noite Caraquenha, ou melhor, pelo Caos Provocado por uma Chuva


Mazelas de trânsito e com problemas das cidades quando chove um pouco mais não chegam a ser de todo desconhecidas por nós brasileiros. Muitos casos poderiam ser rememorados associados à bela Soterópolis que se afoga nos dias de chuvas mais intensas. Suas belas colinas se desmancham trazendo sofrimento e pânico aos seus moradores. Apenas um consolo, as águas que correm acabam por limpar um pouco da sujeira urbana muitas vezes acumulada pela falta de disciplina de seus habitantes ou de seus governantes.




Ontem ocorreu algo similar nesta bela Caracas que quase sucumbiu às fortes chuvas dos últimos dias, em especial pela de ontem à tarde. Lamentavelmente, Caracas teve seus belos morros maculados pelo volume das águas enviadas, sem controle, por São Pedro. Desconfio que o pessoal da manutenção do “sistema automático de última geração proposto pelo MAC” (perguntem ao Sílvio o que significa essa sigla, pois na verdade, só ele até agora consegue entender, sic) e dos elementos que compõem o “loop” de vazão das águas divinas não fez um bom trabalho. Não é sempre assim, a Manutenção não é sempre a culpada? A “válvula de controle” acabou com uma abertura maior que a requerida para o controle do volume despejado. Faltou apenas um pequeno ajuste no “posicionador”. Reputo que a ausência do nosso líder local tenha, de alguma forma, algo a ver com essa falha da manutenção. Os “especialistas” acabaram se sentindo folgados demais, e não fizeram corretamente o “dever de casa”.


Pois foi assim ontem. Uma aventura para dois nordestinos perdidos numa Caracas caótica, molhada e travada. Imaginem dois sertanejos, um da caatinga cearense, e um outro do “Raso da Catarina”, regiões que suportam, muitas vezes, períodos de mais de cinco anos sem chover, e onde sapo com essa idade sequer sabe nadar, “afogados” nas águas e na lama dessa cidade querida. Pois sim, seis horas de trânsito, buscando caminhos alternativos, “verdes” ou não. Em ruas desconhecidas e perigosas, função dos deslizamentos ocorridos, principalmente em Colinas de Bello Monte, cercanias de Cumbre de Curumo, Lomas de Valle Arriba, entre outras. E também pelos “amigos do alheio” que andavam soltos e tranqüilos pela urbe. Até o Kiko do “Buenas Noches” da Globovisión “nosotros” encontramos, na chuva, todo molhado, e a quem perguntamos em bom “portuñol”, ?Hay paso?. Depois escutamos pela “Frequencia Mágica” que havia ocorrido um grande deslizamento próximo à casa daquele famoso jornalista de televisão da Venezuela.


Bueno, buscamos diferentes saídas por distintos atalhos, todos sem uma luz ao fim do túnel. Finalmente após umas duas hora e meia para vencer de Bello Monte a Las Mercedes, conseguimos despistar alguns bons “manejadores” caraquenhos e ganhamos as ruas da região do famoso Golf Club de Valle Arriba. Antes, devo lembrar, que João (Batista) e eu procuramos, sem sucesso, planejar alguma forma de fazer “uma drenagem” estratégica, à baiana, dado que depois de cinco horas de tranqueira não há bexiga que “güente”. “Pero” não houve condição.


Parecia que o calvário estava por terminar, qual não foi minha surpresa em verificar que entre a rotatória de Valle Arriba e a embaixada norte-americana, havia ocorrido um outro deslizamento que obstruiu totalmente a rua. Resultado, João me faz a gentileza de levar-me até próximo ao local sinistrado e conduzir o carro para sua garagem. Sem documentos, com o dinheiro do ladrão e com muita energia, já por volta de meia-noite e meia, estou eu descalço, com os sapatos na mão, atravessando um trecho de pura lama, “até o meio das canelas”. Imaginem o pior, que não foi subir a pé a ladeira da Suapure. Na verdade foi chegar em casa, acordar o vigia (o bom vigilante não é aquele que se mantém acordado, mas aquele que tem o sono leve), explicar que sou morador novo, e chegar em casa, descalço, com calças arregaçadas, sujo de lama, etc. Da. Ana acreditou na história? Perguntem para ela. Não fez o café matinal e continua sem me dirigir à palavra. Que tal? Gostaram de nossa aventura? Pois bem, se cuidem que vem mais chuva!
(Hoje, o trânsito ainda estava colapsado)
PS: hoje pela manhã acordo Sílvio pedindo uma carona para o escritório. Qual não foi minha surpresa, ele com a voz ainda sonolenta, me diz, Walter, me desculpe, estou sem carro, Patrícia saiu ontem à tarde com umas vizinhas de Tucson e não voltou para casa até agora. Pode?
AUTOR: Walter Schimmelpfeng
FOTOS: Antônio Bragança

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