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viernes, 14 de febrero de 2014

Luto sborniano

Por 17 anos, todo janeiro, num ritual de comemoração do aniversario de nossa filha, íamos ao Teatro Sao Pedro, assistir o espetáculo Tangos e Tragédias.  Um "chou" como eles chamavam que por 30 anos consecutivos alegrou nossa vida com a singeleza das mesmas histórias e músicas (mudavam cada tanto uma ou outra) mas de uma grandiosidade em humanidade e em humor  inteligente.  Nico e Hique e também o Zé da Folha fazem parte de uma família imensa constituída de todos que assistiram pelo menos uma vez o espetáculo.   Agora é reviver as lembranças e se deliciar nostalgicamente com o DVD e o CD.

ZH publico o texto lindo e comovente de jornalista ELISA KOPPLIN FERRARETTO que reproduzo aqui:


Prezados cidadãos sbornianos:

De um lugar bem ao sul do mundo, chamado Porto Alegre, mandamos nossa solidariedade pela perda de um de seus mais ilustres cidadãos.
Nenhum de nós jamais visitou a Sbórnia, dada a impossibilidade de encontrá-la. Afinal, esse país, antigamente ligado ao continente por um istmo, hoje navega pelos mares do mundo _ em decorrência das sucessivas, sucessivas, sucessivas explosões nucleares. 
Tivemos, no entanto, a honra de conhecer sua história, política e cultura graças a dois viajantes sbornianos. Todos os verões, há 30 anos, o Maestro Plestkaya e o violinista Kraunus Sang desembarcam por aqui. Onde tantos se perdem, eles chegam sempre ao mesmo porto seguro. Apenas para nos contar novas histórias. Bem… na verdade, foram as mesmas ao longo de três décadas, mas sempre pareceram inéditas. Pelo jeito especial de contar.
Foi assim que ficamos conhecendo o sistema político da Sbórnia _ o impressionante anarquismo hiperbólico, marcado por aquele clima de indecisão, aquela coisa de indecisão… Também nos foi apresentada a expressão maior da arte sborniana, o Copérnico, dança que alguns poucos tiveram o privilégio de ser chamados a praticar junto aos mestres.
Até mesmo na vida privada da Sbórnia nos imiscuímos, conhecendo tórridos e emocionantes episódios. Como o drama de Angélica. Esta mulher anêmica, de cores pálidas, gestos tímidos e beleza helênica, que morreu de cólica, teve sua tragédia relatada pelo amante em poesia épica, em forma esdrúxula, feita sem métrica, com rima rápida. Virou um hit sborniano. Isto sem falar no triste romance da caveira que, traída, trocada por um defunto fresco, suicidou-se de modo romanesco. Ou do trágico caso, também arrematado com suicídio, do jovem Marcelo, enforcado no almoxarifado ao lado do jardim após negativa da mãe em abençoar o casamento com a amada Roberta. Há muito também tememos receber notícia de um fatídico desenlace para o caso de sua concidadã Ana Cristina, atraiçoada pelo marido, que se encarinhou pela sogra. Mas, felizmente, nos últimos 30 anos nada de novo aconteceu.

 E agora não haverá mais velhas novidades. Pois o Maestro Plestkaya se foi. Imaginamos como estará se sentindo o tímido Kraunus Sang, que não mais tem a quem reclamar que roubaram seu sanduíche. Certamente arranha duas notas no violino, que parecem chamar o amigo de volta. Mas Kraunus sempre soube dar a volta por cima, e saberá também agora. Estaremos aqui para apoiá-lo quando gritar, desesperado: “Ajuda, senhora, ajuda, senhor!!!”
Irmãos sbornianos, somos solidários em seu luto. Sofremos a perda de um grande artista e um grande homem. E lamentamos que os tórridos verões porto-alegrenses nunca mais serão os mesmos. Mas de uma coisa podemos ter certeza, para que nos sirva de consolo: o Maestro Plestkaya, aqui entre nós também conhecido como Nico Nicolaiewsky, não saiu da vida, este labirinto da ilusão, com as mãos abanando. De tanto buscar, certamente encontrou aquilo que procurava: a verdadeira maionese…


* Jornalista

viernes, 16 de noviembre de 2012

Tem que se ter paciência...

É muito difícil, hoje, termos paciência com as coisas do dia a dia.  É o imediatismo típico da era digital.   Queremos rapidez, eficiência, praticidade.   Mas esta exigência entra em confronto com a realidade enfrentada nos aeroportos do país.   Tudo é confuso, muito pouco prático e lógico, extremamente pouco eficiente.  Do projeto arquitetônico ao preparo dos funcionários, tudo carece de melhorias, ajustes, treinos, preparação.   Imagina quando for a Copa??????????????

Esta semana vivi dois exemplos típicos do que lhes estou falando. 

Caso 1:  Busquei a fila preferencial para o Checkin da Gol no aeroporto do Rio de Janeiro. Estou na fila e chega uma senhora da empresa aérea, devidamente identificada:
Gol: A senhora tem que passar para aquela fila.
Eu: Estou na fila preferencial.
Gol: Mas esta fila do lado também é preferencial.  Esta aqui é só para pessoas em cadeira.
Eu: Mas quem falou isso?
Gol: A senhora não vê o desenho da cadeira pintada no chão?

Quase surtei.  Imaginem o despreparo.   A funcionária não foi informada que o símbolo azul da cadeira de rodas não se restringe aos cadeirantes, mas a todos os portadores de mobilidade reduzida, ou seja, a todos os portadores de necessidades especiais.

Caso 2:  Desembarque do aeroporto Congonhas, São Paulo.   Na saída do portão, uma pequena confusão, vozes exaltadas, gestos exagerados.   Motivo: Neto de uma senhora de 94 anos, que estava viajando desacompanhada, não recebeu a menor ajuda para puxar sua mala.  Tudo bem que era mala de rodinhas, que não era grande a mala, mas ninguem da companhia aérea teve a delicadeza de oferecer uma ajuda.   O neto, com toda razão, estava indignado.

Há mais ou menos dois meses, aconteceu um caso mais grave ainda.

Caso 3: Viajando de São Paulo  para Rio de Janeiro, enfrentamos uma terrível tempestade que nos obrigou a retornar para Congonhas.   Já em terra novamente, fomos informados que a aeronave reabasteceria e regressaríamos para o Rio de Janeiro.  Uma passageira ao meu lado, chama a aeromoça e pede auxilio, informando que é cadeirante e precisa ir ao banheiro.   A aeromoça pede que ela aguente mais um pouco e ela, passageira, informa que precisa fazer a sonda, pois já está há muitas horas sem urinar.   Neste momento começa uma verdadeira história de horror.
Ninguem na aeronave sabia como abrir a cadeira de rodas emergencial, aquela que fica escondida num compartimento entre as paredes.  Chamaram até o pessoal de terra e nada.  Depois de muita luta, conseguem destravar a cadeira, mas não conseguem elevar sua altura.   A passageira se resigna a usar a cadeira na sua altura mínima. Fica no comportamento da cozinha com a cortina fechada para  ter certa privacidade durante seu procedimento com a sonda.   Passado algum tempo, escutamos um  ruído seco e vemos a cadeira passa correndo por baixo da cortina, sem a passageira estar nela.   A moça estava estatelada no chão.  Por sorte, ela já havia finalizado seu procedimento.   I


Tudo isto, aconteceu, gente!!!!   É a mais pura e triste verdade.   Quando vamos cair na real de que temos que investir em pessoal, qualificação e preparo tanto das pessoas físicas quanto das pessoas jurídicas que nos atendem?

Será  que a mágica transformadora vai acontecer até 2014 ou 2016?

Tenho minhas dúvidas...