É muito difícil, hoje, termos paciência com as coisas do dia a dia. É o imediatismo típico da era digital. Queremos rapidez, eficiência, praticidade. Mas esta exigência entra em confronto com a realidade enfrentada nos aeroportos do país. Tudo é confuso, muito pouco prático e lógico, extremamente pouco eficiente. Do projeto arquitetônico ao preparo dos funcionários, tudo carece de melhorias, ajustes, treinos, preparação. Imagina quando for a Copa??????????????
Esta semana vivi dois exemplos típicos do que lhes estou falando.
Caso 1: Busquei a fila preferencial para o Checkin da Gol no aeroporto do Rio de Janeiro. Estou na fila e chega uma senhora da empresa aérea, devidamente identificada:
Gol: A senhora tem que passar para aquela fila.
Eu: Estou na fila preferencial.
Gol: Mas esta fila do lado também é preferencial. Esta aqui é só para pessoas em cadeira.
Eu: Mas quem falou isso?
Gol: A senhora não vê o desenho da cadeira pintada no chão?
Quase surtei. Imaginem o despreparo. A funcionária não foi informada que o símbolo azul da cadeira de rodas não se restringe aos cadeirantes, mas a todos os portadores de mobilidade reduzida, ou seja, a todos os portadores de necessidades especiais.
Caso 2: Desembarque do aeroporto Congonhas, São Paulo. Na saída do portão, uma pequena confusão, vozes exaltadas, gestos exagerados. Motivo: Neto de uma senhora de 94 anos, que estava viajando desacompanhada, não recebeu a menor ajuda para puxar sua mala. Tudo bem que era mala de rodinhas, que não era grande a mala, mas ninguem da companhia aérea teve a delicadeza de oferecer uma ajuda. O neto, com toda razão, estava indignado.
Há mais ou menos dois meses, aconteceu um caso mais grave ainda.
Caso 3: Viajando de São Paulo para Rio de Janeiro, enfrentamos uma terrível tempestade que nos obrigou a retornar para Congonhas. Já em terra novamente, fomos informados que a aeronave reabasteceria e regressaríamos para o Rio de Janeiro. Uma passageira ao meu lado, chama a aeromoça e pede auxilio, informando que é cadeirante e precisa ir ao banheiro. A aeromoça pede que ela aguente mais um pouco e ela, passageira, informa que precisa fazer a sonda, pois já está há muitas horas sem urinar. Neste momento começa uma verdadeira história de horror.
Ninguem na aeronave sabia como abrir a cadeira de rodas emergencial, aquela que fica escondida num compartimento entre as paredes. Chamaram até o pessoal de terra e nada. Depois de muita luta, conseguem destravar a cadeira, mas não conseguem elevar sua altura. A passageira se resigna a usar a cadeira na sua altura mínima. Fica no comportamento da cozinha com a cortina fechada para ter certa privacidade durante seu procedimento com a sonda. Passado algum tempo, escutamos um ruído seco e vemos a cadeira passa correndo por baixo da cortina, sem a passageira estar nela. A moça estava estatelada no chão. Por sorte, ela já havia finalizado seu procedimento. I
Tudo isto, aconteceu, gente!!!! É a mais pura e triste verdade. Quando vamos cair na real de que temos que investir em pessoal, qualificação e preparo tanto das pessoas físicas quanto das pessoas jurídicas que nos atendem?
Será que a mágica transformadora vai acontecer até 2014 ou 2016?
Tenho minhas dúvidas...